Nova York ou Nova Iorque?

Escrever em português nomes de locais originalmente em língua estrangeira deve obedecer ao bom senso. Afinal, ninguém chama a capital argentina de “Bons Ares” ou o centro financeiro do ocidente de “Rua do Muro”. Falaremos sempre de “Buenos Aires” e “Wall Street”.

PORTUGUÊS 12-30

Por outro lado, muitas localidades têm seus nomes adaptados à língua portuguesa. Por isso, ninguém vai dizer que quer visitar “London”, mas “Londres”. Formas consagradas pelo uso e a história merecem nosso respeito.

Há casos, porém, em que vemos mais de uma forma sendo usada, como ocorre com a cidade e o estado norte-americano de New York: “Nova Iorque” e “Nova York”. Mas qual a forma correta? Continuar lendo

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Não há nenhum motivo para pressionar duas vezes a barra de espaço do seu teclado antes de uma nova frase. Esse espaço duplo entre o ponto-final e a nova frase tornará a leitura desconfortável.

Quando você estiver digitando um documento no Word, clique no ícone ¶ para ativar a opção Mostrar Tudo. Dessa maneira, você conseguirá ver se não colocou espaços a mais por acidente.

Combatente, vírgula.

Muita gente tem dificuldades em usar corretamente a vírgula. Enquanto alguns usam onde não devem, outros acham que vírgula é firula dispensável.

Um dos erros mais comuns no uso da vírgula é com o vocativo, como neste gracioso tweet do Exército Brasileiro:

vírgula vocativo erros

Quando nos dirigimos a alguém, ou chamamos a pessoa com quem estamos falando, pelo seu nome, apelido, título ou qualquer outra referência, geralmente haverá um destaque para tal recurso. Com frequência, usamos vírgulas nesses casos. Portanto, o correto no exemplo acima seria “Bom dia, combatente”. Continuar lendo

“Devido” exige preposição?

Como você completaria esta frase?

Se você escolheu “devido a fortes chuvas, sua resposta está correta! “Devido” exige o uso da preposição: devido a/à/ao.

Usamos “devido a” para explicar o motivo ou causa, de forma similar a expressões como “por causa de” ou “graças a”.

Leia mais sobre o uso correto de “devido” aqui.

Repetição Desnecessária

A repetição desnecessária de uma ideia ou informação na mesma frase é algo chato de ler ou ouvir. Isso é chamado de pleonasmo. 

pleonasmo

Pense nestes exemplos clássicos:

  • elo de ligação;
  • subir para cima;
  • adiar para depois;
  • entrar para dentro;
  • hemorragia de sangue;
  • ver com os próprios olhos.
Quando digo que vou encarar de frente uma situação, estou criando uma redundância, uma vez que encarar significa “olhar de frente“. De forma semelhante, como poderia uma surpresa não ser inesperada?
Outras construções repetitivas que são comuns e toleradas são há… atrás e já não mais, que devem ser evitadas na escrita mais formal.

Meio-dia e meio ou meio-dia e meia?

Seu estômago implora por almoço. Você olha para o relógio ou celular e são 12 horas e 30 minutos. Como dizer as horas corretamente? Meio-dia e meia ou meio-dia e meio?

horas 12:30 meio-dia e meia

A forma correta é meio-dia e meia, pois está subentendida meia hora (30 minutos).

Vale ainda lembrar que meio-dia é sempre escrito com hífen.

20 Posts Mais Populares em 2016

No ar desde fevereiro de 2016, nosso blog Português em 30 segundos publicou 59 posts e recebeu 3.269 visitantes nesse período.

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Estes foram os 20 posts mais lidos em 2016:

20. Entitulado ou intitulado?

19. Mesóclise presidencial?

18. Ex-tudo

17. Dica de revisão #1: saia do modo zumbi

16. Paraolimpíadas ou paralimpíadas?

15. A favor da crase!

14. Senão, se não

13. Atenciosamente. SQN

12. Onde, aonde

11. 1,2 milhão ou 1,2 milhões?

10. A nível de, em nível de

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Mesóclise presidencial

Procurando um presente bacana para o Natal? Eis uma divertida sugestão de caneca da Tupininomics:

caneca

A frase é uma brincadeira com a declaração atribuída ao ex-presidente Jânio Quadros. Indagado sobre seu consumo de bebidas menos inocentes do que o café, teria dito “Bebo porque é líquido, se fosse sólido comê-lo-ia.” Folclore ou não, a frase combina com o estilo de Jânio, cuja fala era sempre empolada e recheada de mesóclises.

Ainda que bem menos formal do que Jânio, o atual presidente Michel Temer também é adepto da mesóclise, um recurso cada vez mais raro no português. Já em seu primeiro discurso como presidente interino, Temer disparou um “sê-lo-ia“.

Neste vídeo, a professora Taís Nicoleti explica colocação pronominal e fala sobre a mesóclise de Temer:

“Me poupe”

me-poupe

Me poupe” não deve ser a afirmação mais concatenada que existe, mas sua popularidade em comentários e publicações na internet é indiscutível. O verbo poupar nesse caso tem o sentido de “não molestar, não ofender“. Precisamos alertar, no entanto, para a feiura resultante de escrever me polpe (veja exemplos aqui). A não ser que você esteja criando um novo verbo a partir do substantivo polpa.