
Imagem: Renato Ribeiro Silva/Futura Press.
A palavra “manifesto” tem sido usada erroneamente como sinônimo de “manifestação” ou “protesto”. Comecei a ouvir isso em conversas informais durante os meses de junho e julho de 2013, quando o mesmo erro apareceu também na boca de repórteres locais.
Ontem, durante os protestos a favor do impeachment da presidente Dilma, não foi diferente. Ouvi uma repórter da Record News falando ao vivo sobre os “manifestos” em todo o país. Olhando as notícias hoje, vejo que diversos veículos menores de imprensa estão usando o termo em artigos. Veja estes exemplos:
- Na capital de Rondônia, o manifesto contra o PT e o governo da presidente Dilma reuniu cerca de 12 mil pessoas no Espaço Alternativo, segundo os organizadores. [1]
- O manifesto que acontece em vários estados brasileiros também foi realizado em Foz do Iguaçu na manhã deste domingo, 13. [2]
Ao invés de “manifesto”, os jornalistas deveriam ter usado “protesto” ou “manifestação”.
O substantivo “manifesto” significa geralmente um documento escrito, uma “[d]eclaração formal de intenções ou expressão pública (…) de ideias políticas, estéticas etc”, segundo o dicionário Caldas Aulete. Veja os seguintes exemplos do uso correto de “manifesto”:
- A polícia turca deteve hoje (15) 21 intelectuais que assinaram um manifesto pedindo o fim das operações do Exército contra a rebelião curda. [3]
- Um manifesto de apoio aos três promotores de São Paulo que pediram a prisão do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (…) já tem a adesão de 1.092 promotores e procuradores de 22 estados (…). [4]
- ‘Estamos com ele’, diz manifesto de líderes políticos internacionais em apoio a Lula [5]
CONCORDO : “manifesto” = um documento expondo uma opinião ou conclamação; “manifestação” = um movimento, expressando opinião.
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