Não há nenhum motivo para pressionar duas vezes a barra de espaço do seu teclado antes de uma nova frase. Esse espaço duplo entre o ponto-final e a nova frase tornará a leitura desconfortável.
Quando você estiver digitando um documento no Word, clique no ícone ¶ para ativar a opção Mostrar Tudo. Dessa maneira, você conseguirá ver se não colocou espaços a mais por acidente.
Muita gente tem dificuldades em usar corretamente a vírgula. Enquanto alguns usam onde não devem, outros acham que vírgula é firula dispensável.
Um dos erros mais comuns no uso da vírgula é com o vocativo, como neste gracioso tweet do Exército Brasileiro:
Quando nos dirigimos a alguém, ou chamamos a pessoa com quem estamos falando, pelo seu nome, apelido, título ou qualquer outra referência, geralmente haverá um destaque para tal recurso. Com frequência, usamos vírgulas nesses casos. Portanto, o correto no exemplo acima seria “Bom dia, combatente”. Continuar lendo →
A repetição desnecessária de uma ideia ou informação na mesma frase é algo chato de ler ou ouvir. Isso é chamado de pleonasmo.
Pense nestes exemplos clássicos:
elo de ligação;
subir para cima;
adiar para depois;
entrar para dentro;
hemorragia de sangue;
ver com os próprios olhos.
Quando digo que vou encarar de frente uma situação, estou criando uma redundância, uma vez que encarar significa “olhar de frente“. De forma semelhante, como poderia uma surpresa não ser inesperada?
Outras construções repetitivas que são comuns e toleradas são há… atrás e já não mais, que devem ser evitadas na escrita mais formal.
Seu estômago implora por almoço. Você olha para o relógio ou celular e são 12 horas e 30 minutos. Como dizer as horas corretamente? Meio-dia e meia ou meio-dia e meio?
A forma correta é meio-dia e meia, pois está subentendida meia hora (30 minutos).
Vale ainda lembrar que meio-dia é sempre escrito com hífen.
Procurando um presente bacana para o Natal? Eis uma divertida sugestão de caneca da Tupininomics:
A frase é uma brincadeira com a declaração atribuída ao ex-presidente Jânio Quadros. Indagado sobre seu consumo de bebidas menos inocentes do que o café, teria dito “Bebo porque é líquido, se fosse sólido comê-lo-ia.” Folclore ou não, a frase combina com o estilo de Jânio, cuja fala era sempre empolada e recheada de mesóclises.
Ainda que bem menos formal do que Jânio, o atual presidente Michel Temer também é adepto da mesóclise, um recurso cada vez mais raro no português. Já em seu primeiro discurso como presidente interino, Temer disparou um “sê-lo-ia“.
Neste vídeo, a professora Taís Nicoleti explica colocação pronominal e fala sobre a mesóclise de Temer:
“Me poupe” não deve ser a afirmação mais concatenada que existe, mas sua popularidade em comentários e publicações na internet é indiscutível. O verbo poupar nesse caso tem o sentido de “não molestar, não ofender“. Precisamos alertar, no entanto, para a feiura resultante de escrever me polpe (veja exemplos aqui). A não ser que você esteja criando um novo verbo a partir do substantivo polpa.
Inferno é o terceiro filme da franquia O Código Da Vinci, baseado na obra de Dan Brown, com estreia no próximo dia 13 de outubro. Este trailler legendado oferece um inusitado uso da crase. Assista e veja se você consegue notar o erro:
Achou?
O texto no vídeo diz:
O Código Da Vinci [e] Anjos e Demônios nos levaram à isso.
Nunca ocorre crase antes de isso. Jamais.
A frase correta, portanto, seria assim:
O Código Da Vinci [e] Anjos e Demônios nos levaram a isso.
Lembre que crase é a junção da preposição a (similar a para ou até) e o artigo a. Na frase correta acima, estamos usando a preposição apenas. Obviamente, nunca ocorre artigo feminino com isso. Aliás, nem o masculino!Ou alguém fala o isso?
Não lembrava de ter visto esse erro antes de assistir o trailler da Sony Pictures, mas o Google revela que muita gente sim escreve à isso. Alguém criou uma praga.