“Devido” exige preposição?

Como você completaria esta frase?

Se você escolheu “devido a fortes chuvas, sua resposta está correta! “Devido” exige o uso da preposição: devido a/à/ao.

Usamos “devido a” para explicar o motivo ou causa, de forma similar a expressões como “por causa de” ou “graças a”.

Leia mais sobre o uso correto de “devido” aqui.

Meio-dia e meio ou meio-dia e meia?

Seu estômago implora por almoço. Você olha para o relógio ou celular e são 12 horas e 30 minutos. Como dizer as horas corretamente? Meio-dia e meia ou meio-dia e meio?

horas 12:30 meio-dia e meia

A forma correta é meio-dia e meia, pois está subentendida meia hora (30 minutos).

Vale ainda lembrar que meio-dia é sempre escrito com hífen.

Mesóclise presidencial

Procurando um presente bacana para o Natal? Eis uma divertida sugestão de caneca da Tupininomics:

caneca

A frase é uma brincadeira com a declaração atribuída ao ex-presidente Jânio Quadros. Indagado sobre seu consumo de bebidas menos inocentes do que o café, teria dito “Bebo porque é líquido, se fosse sólido comê-lo-ia.” Folclore ou não, a frase combina com o estilo de Jânio, cuja fala era sempre empolada e recheada de mesóclises.

Ainda que bem menos formal do que Jânio, o atual presidente Michel Temer também é adepto da mesóclise, um recurso cada vez mais raro no português. Já em seu primeiro discurso como presidente interino, Temer disparou um “sê-lo-ia“.

Neste vídeo, a professora Taís Nicoleti explica colocação pronominal e fala sobre a mesóclise de Temer:

Há tempos

tempoO verbo haver é muito utilizado para referir a um período de tempo passado, transcorrido. Por exemplo:

  • Trabalho cinco anos com recrutamento e seleção.

As versões abaixo estão erradas:

  • Trabalho a cinco anos com recrutamento e seleção.
  • Trabalho à cinco anos com recrutamento e seleção.

Veja estes outros exemplos com haver:

  • Ela esteve aqui uns 15 minutos;
  • muito que não jogo futebol;
  • Isso acontece séculos.

90% querem

Como usar porcentagem sem errar na gramática

O uso de porcentagem pode trazer algumas dúvidas na hora de falar e escrever. Como regra geral, o verbo concorda com o elemento que estiver mais próximo.

Quando a porcentagem é seguida imediatamente pelo verbo, o verbo concorda com o número:

  • Apenas 1% está de acordo com a proposta;
  • Cerca de 2% recusaram a oferta.

Quando a porcentagem é seguida de um substantivo, o verbo deve concordar com o substantivo:

  • 35% dos entrevistados foram selecionados;
  • Mais de 50% do eleitorado aprova o projeto.

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Vimos ou viemos? Sic.

É comum em correspondências oficiais a utilização de “vimos”. Por exemplo:

  • Vimos, por meio desta, solicitar a utilização do auditório para a conferência…

Nesse caso, o verbo “vir” está sendo utilizado na sua forma presente:

  • eu venho;
  • tu vens;
  • ele/ela/você vem;
  • nós vimos;
  • vós vindes;
  • eles/elas vêm.

Já a forma “viemos” indica passado, como neste exemplo:

  • Na semana passada, nós viemos mais cedo, mas não encontramos ninguém em casa.

A troca equivocada do “vimos” por “viemos” é bastante usual. Ontem, um dos maiores jornais do país colocou um “sic” depois de “vimos” nesta frase, citada de um documento:

  • Pelo presente ofício vimos (sic) manifestar nosso descontentamento…

A palavra latina “sic” é usada para mostrar que a transcrição é igual ao que estava no documento original, especialmente quando há erros na escrita. Ou seja, o jornalista achou que o certo era errado.

Ir a, ir em

ao

“Ir em” algum lugar passou a ser tão corriqueiro no português do Brasil que é cada vez mais raro ouvir alguém dizer que foi ao cinema ou à casa da sua mãe. A norma culta do idioma, porém, pede que usemos a preposição “a” – e não “em” – com verbos que expressam movimento.

  • Quando foi a última vez que você foi ao cinema?
  • Ele chegou atrasado ao aeroporto e perdeu o voo.